quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Poesias Inéditas


Culpados sois da vossa irmandade,
Esculpida no livro mordaz,
Sem que tenha alguma contiguidade
Não sois isentos e capazes,

Ser-vos-á lançada a palavra
Que outrora rejeitastes,
Dir-vos-ão em modo aba
Para que na ida levasses.

Longos são os mares que amarinham;
As forças que se vão esgotando,
Dos homens firmes que caminham
Para a terra que nos vai aguardando,


Latimpoli dos Santos

A vela se vai resguardando
Para uma tempestade que vem
D. João vai comandando
Os poucos homens que tem.

A alma que chorou o canto,
Deu voz á alegria,
Olhou para o céu suplicando
Rezando o terço Avém Maria.

Na volta contida do embaraçoso,
Que trazia ao peito a esperança
Das palavras do enganoso
Conseguiu iludir a tansa

Assim se fez a vingança
De quem não ousa ser iludido
Com a nítida esperança
De quem jamais será vencido.


Poesias Inéditas


Num gesto majestoso de sabedoria,
Criou em si o saber da arte
Conforme em si ele queria
O império grandioso de pasmar te,

O desejo da conquista,
Que o levou á morte certa,
Tendo por base o ser egoísta
Dentro de si e concreta.

No reinado ele mandou,
Como um senhor altivo.
Dentro dele não sonhou
Por culpa do martírio.


Latimpoli dos Santos


Oh! Mar de ventos cruzados,
Que minha nau vai passar;
Carrego a bandeira dos contemplados
Jamais Portugal vai cessar

A terra que hei-de alcançar,
Carregará com ela o ser Lusitano,
A alma que vai continuar
Não será tirana nem ariana.

Juntos os homens contenderam,
Em terras antes desconhecidas,
Travaram batalhas enrubescidas
Onde erigiram e morreram.


Poesias Inéditas

III

As almas foram erguidas,
Em prata distinguidas,
A história foi elaborada;
Em livros doutorada.

A razão que o tempo acarretou,
Vinda do mar naufragado,
Traz a memória do homem que executou
Sem antes a ter narrado.

A luz que trazes ao peito,
Foi estendida pelo mar alto,
Entregue a nova grei por ti eleito
Portugal deixou o seu encalço.


Latimpoli dos Santos


O ilustre Lusitano,
Senhor de si e da imensidão,
Venceu muralhas do mundo arcano,
Tendo Portugal a gratidão.

As velas que a estibordo se altearam,
Cantaram sublimes o hino que herdaram,
Da pátria que neles se elevou
Transportando a grandeza que delineou.

O Soberano elevou a espada
Diante da armada proclamou;
O alento está contido na chama
Que a vossa honradez despertou.


Poesias Inéditas


A conquista se vai fazer
Arroste da terra perdida,
Nada nos vai deter
Enquanto bandeira erguida.

A noite da tibieza,
Trará a este nobre povo
A vitória Portuguesa
Que nascerá de novo.

Na noite em que a lusa jazia,
Deu-se a efémera luta;
Qual ficaria na alma que enalteceria
O Portugal que pulsa.


Latimpoli dos Santos


Na fecunda alvorada,
O cansaço já contemplava,
A nítida fraqueza
Da nau portuguesa.

Oh! Sol do longínquo horizonte,
Reflectivo nas águas do mar,
Do sentimento perdido
Nas profundezas d’arconte

No pensamento distante,
Onde permanecia a vontade,
Na alma do Infante
Que avistava o horizonte errante.


Poesias Inéditas


Da existência do poeta,
Onde escondia a verdade,
Indicia a memória concreta
Da cruz que carrega o estandarte.

Na linha cartográfica,
Que traçaria a vitória,
Na conquista da costa de Africa
Navegamos de glória em glória.

A morte atroz do delator,
Traz o mar ao colo,
Das palavras do escritor
Apavoradas pelo engomo.


Latimpoli dos Santos


A real companhia
Cheia de rancor e agonia,
Importa ao vento
A razão do pensamento.

A vida contida no regalo
Onde profetizaste a alma perdida,
Faz do ser o encéfalo,
Da génesis entendida.

Na incerteza do absoluto
Caminho na alucinação;
Da crueldade do luto
Da vida que transporto na mão.


Poesias Inéditas


No fulgor do teu pressentimento,
Que arde como a luz do vento,
Trazes no entendimento
O silencio que rompe o incenso.

Oh! Diva que me baloiças em teus braços,
No acolhimento íntimo do sentimento
Me livras dos embaraços;
Não sou isento da culpa do intento.

Criei a incensaria desculpa,
Que me leva a alma o vento
Com a subtil cor púrpura
Qual deslumbramento!?


Latimpoli dos Santos

IV

No vácuo ser que me tornei
Envolvi-te dentro de mim,
Mais logo despontarei;
Debelado e sem fim.

O infausto teocrático,
De suplicas efemérides
Da vida do eremítico
E evangelista encolerizardes.

Na submissa união,
Da mentira e da razão,
Sobressai o fosso
Da fauce do insidioso.


Poesias Inéditas


A imagem reflecte
Dentro do espelho de água,
O pensamento descreve
O estado emocional de magoa.

A lágrima retida no espírito
Como se fosse pecado ela sair,
Do corpo hesitante e contrito
Da gota que acaba por decair.

No findar da reflexão
Contraída no seu ser,
Esconde a cara nas mãos
Para a imagem não ver!


Latimpoli dos Santos


A memória, me trás o vento,
Neste deslumbramento,
De paisagem ancestral
No templo medieval.

Jaz no convento do templo,
A morte que anunciam,
As cruzes postas ao vento
Das rezas que se faziam.

Da suma sentença ostento
A morte que invento,
Na saga contemplo
A asserção do intento


Poesias Inéditas


Exaro em mim a flor,
Que inquiro no pensamento,
De estar fundido com a dor
Com a qual me atormento.

No dócil olhar da criança,
De prelúdios exuberados,
Dos sonhos apregoada
Em pensamentos meditados.

A bebedeira que transporto
Da vida que me encaminha,
Tal borracheira não desgosto
Da chama que me ilumina.


Latimpoli dos Santos


Oh! Mar pleno.
Quantos sorrisos acalmados?
Quantas forças em ti alagadas
Do adeus num aceno.

No ribombar da madrugada,
Enquanto o Sol vogava
Por entre as marés encorpadas,
A lua descia o véu que fundeava.

De proezas e fatalidades,
Se esculpiam as palavras,
Em historias devassadas,
Por complexas intelectualidades.


Poesias Inéditas


No volúvel instante d’alvor,
O grito imperante e afã,
Ecoava o clamor
Da despedida da luz e de ta dor.

Entre braços e gláudios,
Se espelhou a morte certa,
De homens honrados
Se fez Portugal a língua aberta.

Levamos connosco a musa,
Que avista em nós
O triunfo da glória enfuna,
Trazido na matriz de vós.


Latimpoli dos Santos


A voga maviosidade,
Do amor e da vaidade,
Empolada nesta dor
De bravio condor.

Irradiada no rosto
Da verdade ocultada,
De afáveis palavras recostada,
Na trémula voz de desgosto.

O pálido desconforto
De ver partir a dilecção,
Nu oco que comporto,
Dentro afeição.


Poesias Inéditas

V

O opulento chamava a si a razão
Cheio de pecados eleito,
Pereceram da alma o coração,
A voz que o quis ver perfeito.

No amor cegavam-se as palavras
Enxurradas de ternuras cindiam,
Na alma que as embaíam,
Na tortura da consagra.

Na confraria dos lordes,
Desfilavam a belas damas,
Cobertas de jóias e tramas
Qual o senhor do acorde?


Latimpoli dos Santos


Nos sabores da vitória,
Portugal trouxera a glória
Do povo distinto lusitano,
Perfilhado no mundo ariano.

Terra embevecida submetemos,
Por oceanos navegamos.
Por ventos e marés excedemos,
O povo lusitano vangloriamos.

Neste deslumbramento,
Da nau abraçada ao vento,
Vencendo o perigo e a morte
Com o intento e a sorte.


Poesias Inéditas


Da viagem que fizemos de tão longe
De revés alcançadas,
Com as mãos cheias de graça
Dos varões de alçadas.

A vi mera esperança
Da força e da destreza,
Incutidas nas gentes portuguesas
Da nau de alcança.

A esta vasta gente,
Senhores do oceano,
Devo o que me vai na mente
Como ser lusitano.


Latimpoli dos Santos


Calculamos os ventos traçados,
Em ataques dissimulados
Nas marés fortes e espinhosas,
Vencemos a batalha da grandiosa.

O céu de luz vindoura,
Ilumina de forma sublime,
Os homens sentados na proa,
Da nau de gentes firme.

De braços largos
Transpira a morte.
De lábios ornados,
E braço dado com a sorte;

Assim se faz a morte.


Poesias Inéditas


Se o amor que sinto
Com tamanha dor,
É o amor que minto
Com todo o ardor.

Isto que pressinto a correr,
É o amor combalido a doer.

A flor que colho no campo
Me inspira a vaidade,
De poder colhe-la no entanto,
Sem que minta de verdade.

A noite fria e amansada,
Trás o encanto afamada,
Espelhada no rio
E pelo universo lírio.


Latimpoli dos Santos


O vento que passa por mim,
Leva-me a idade a contemplar,
Com um aroma alecrim
Com tendência a findar.

A suave tentação
Que me deixa á porta,
Desliza por mim morta,
Na crua emoção.

O olhar caído na sombra
Que o levou á desgraça,
De ter tido a desonra,
Do seu nome esculpido na praça.


Poesias Inéditas


Proclamou a revolta
Por ter sido delatado,
Num caminhar sem volta,
De pelo nome ter pugnado.

As findas palavras
Que me concluem
O pensamento, esculpido e contado,
Nos últimos versos, enclaustrado.

O amor tingido no verso,
De sentimentos adversos,
Nos pensamentos contraditórios
Primados e notórios.


Latimpoli dos Santos

VI

Na fecunda união,
Da erudita geração.
De altos engenhos
E de profundos intentos.

Do reino da contemplação
Prevalecia a vontade,
Da luz da alusão
Á louvada tríade.

A musa que tráz o encanto
Cheia de luz e de canto
Dentro das gentes fundida
Da nau que mareava.


Poesias Inéditas


As noites foram passando
Na veloz conjura do tempo
Que nos foi aproximando,
Do Oriente, terra que vos prometo.

A costa banhada
Pelo imperador Oceânico,
Pelos ventos acanhada,
Da terra Lusitana.

O nobre Rei, de condados prometidos,
Por Oceanos conquistados
De caravelas construídas,
Por gentes ensoberbecidas.

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